Faziam vinte anos de Abril de 1974 quando, numa tarde calma de Primavera, voltei às Caldas da Rainha, vindo de um julgamento da Marinha Grande.
Percorrendo as ruas do centro da cidade, descobri um mediador que tinha na sua montra quintas e prédios rústicos à venda. De 7 mil contos a 70 mil contos, havia para todos os gostos e bolsas. Ainda se transaccionava em escudos. Sempre que viajávamos tinha de se fazer o câmbio com a consequente perda de divisas.
Combinei logo ali uma visita mais demorada no dia 25 de Abril.
E aqui começou esta aventura!
Depois de um dia inteiro palmilhando vales e montes, não tínhamos dúvida. A propriedade que queríamos comprar era aquela “quintinha” nos Infantes. O anterior proprietário, construtor, tinha sabido embelezar-nos os sentidos. Os jardins estavam construídos, os muros de pedra acabados, a entrada…
O resto e os problemas vieram depois. O telhado foi refeito três vezes, a água da chuva escorria pelas paredes.
A angústia sempre que chovia, e a dúvida, de se saber onde pôr os alguidares e as toalhas…
Muitas vezes, no Inverno, a meio da noite, acordava sobressaltado e corria como um “louco” por toda a casa apalpando as paredes para ver se havia água!
Ainda hoje me recordo de uma passagem de ano, enquanto os amigos e família estavam todos animados, eu com grande angústia e stress olhando para as múltiplas toalhas e alguidares no chão!
Os anos passaram e o projecto de uma vida foi ganhando cada vez mais consistência…
O Casal da Eira Branca tornou-se realidade!
Agora temos o desafio de “construir” este projecto de alojamento em espaço rural, em conjunto com outros parceiros culturais e de lazer.
Caldas da Rainha/Óbidos, como destino turístico e cultural, podem contar com a nossa disponibilidade para, também, promovermos a Região do Oeste como espaço de excelência.